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Cultura

Garimpo abriu área equivalente a quatro campos de futebol por dia em 2023 nos territórios Yanomami, Kayapó e Munduruku

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Levantamento do Greenpeace Brasil mostra que atividade ilegal permanece em expansão nas três terras indígenas mais afetadas pelo garimpo no país

Dados de levantamento do Greenpeace Brasil mostram que o garimpo devastou uma área de 1.409,3 hectares em 2023 nas terras indígenas (TIs) Yanomami, Kayapó e Munduruku, o equivalente à abertura de quatro campos de futebol por dia. O levantamento do Greenpeace Brasil mostra que, juntos, os três territórios concentram mais de 26,4 mil hectares da atividade ilegal.

Segundo o levantamento do Greenpeace Brasil:

Terras Indígenas (TIs) Novas áreas de garimpo em 2023 Áreas de garimpo no acumulado até 2023
Kayapó 1.019 ha 15.430 há
Munduruku 152 ha 7.094 há
Yanomami 239 ha 3.892 há
TOTAL 1.410 ha 26.416 há

Para o porta-voz do Greenpeace Brasil, Jorge Eduardo Dantas, os dados comprovam que os esforços de combate e fiscalização nestes territórios ainda são insuficientes, o que exige medidas urgentes e ações direcionadas dos governos para não apenas diminuir, mas acabar com a atividade garimpeira em terras indígenas, proibida por lei.

“Cada hora que passa com os garimpeiros dentro dos territórios indígenas significa mais pessoas ameaçadas, uma porção de rio destruído e mais biodiversidade perdida. Precisamos, para já, de uma Amazônia livre de garimpo”, alerta Dantas.

TI Kayapó

A situação é pior na TI Kayapó, onde o garimpo devastou novas áreas somando 1.019 hectares no ano passado. No acumulado até dezembro de 2023, o território tem mais de 15,4 mil hectares de garimpo. Pelas imagens de satélite, também é possível ver que a atividade ilegal está concentrada na parte Leste e Nordeste da terra indígena e sobreposta a pelo menos quatro aldeias do povo Kayapó.

“Temos lido e ouvido bastante sobre os esforços do governo para combater o garimpo ilegal na TI Yanomami. Porém, precisamos lembrar que os territórios dos povos Kayapó e Munduruku, no Pará, têm sido muito prejudicados e é preciso reforçar as operações e trabalhos de fiscalização por ali também. Não basta só a vontade política”, afirma Dantas.

“Vale destacar com estes dados a atuação direta dos próprios povos indígenas no combate ao garimpo em suas terras. As lideranças dos Kayapó, Munduruku e Yanomami, por exemplo, recentemente se uniram numa iniciativa histórica e formaram a Aliança em Defesa dos Territórios, que trabalha fazendo incidência política junto a autoridades contra a exploração ilegal de ouro”, informa Dantas.

A Aliança em Defesa dos Territórios conta com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA) e do Greenpeace Brasil.

A Amazônia concentra quase a totalidade do garimpo em todo o Brasil (92%; dados MapBiomas até 2022), sendo que as terras indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami (nesta ordem) são os territórios indígenas com a maior concentração de garimpos no país.

TI Munduruku

Os mapas mostram que várias das novas áreas de garimpo abertas em 2023 estão próximas a aldeias nas três TIs, mas os casos são mais alarmantes na TI Munduruku, onde os garimpos estão adjacentes a pelo menos 15 aldeias.

O território do povo Munduruku, aliás, é a segunda terra indígena com a maior área acumulada de garimpo: até dezembro de 2023, somava uma área de 7 mil hectares, sendo que 5,6 mil hectares foram destruídos nos últimos cinco anos (entre 2019 e 2023). Porém, houve um decréscimo recente: enquanto o garimpo devastou uma nova área de 430,9 ha em 2022, esse número caiu para 152 ha em 2023. O rio mais impactado pelo garimpo na TI Munduruku é o Rio Cabitutu.

TI Yanomami

Em terceiro lugar aparece a TI Yanomami, que tem um total de área de garimpo acumulada até dezembro de 2023 de 3.892 ha, sendo que uma nova área de 238,9 hectares foi aberta em 2023. Os dados mostram que a abertura de novas áreas de garimpo na TI Yanomami no ano passado teve um pico em janeiro, seguida por uma queda drástica em fevereiro, logo após o governo federal decretar situação de emergência nacional no território (em 20 de janeiro de 2023). Em março, houve outro pico de novas áreas de garimpo, seguido por outubro.

Vale ressaltar, contudo, que nem sempre os problemas socioambientais são proporcionais ao tamanho da área de garimpo. Isso explica por que, apesar de ser a terra indígena com a menor área de garimpo das três analisadas, a TI Yanomami concentra tantos conflitos dentro do território.

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Cultura

Celebre o Dia das Mães com uma Viagem Literária : 57% dos leitores no país são mulheres

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Mercado editorial brasileiro em 2024 escancara o protagonismo da mulher nas prateleiras. Obra mais lida no país detém 80% do público feminino

Nos últimos anos, a transformação foi significativa no mercado editorial, com as mulheres emergindo como as principais leitoras protagonistas, tanto no Brasil quanto ao redor do mundo. Este fenômeno não apenas redefine o perfil do leitor contemporâneo, mas também molda as tendências e direções da indústria literária.

Na pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e realizada no fim de 2023 pela Nielsen BookData, aponta que as mulheres são as que mais leem no país, com 57%.

Esse número se manteve constante desde 2012, no levantamento realizado ano a ano pelo IBGE, com as mulheres se mantendo à frente dos homens.

Além disso, o engajamento das mulheres com a literatura vai além da simples compra de livros. Elas também desempenham papéis cruciais como influenciadoras, recomendando e compartilhando obras com suas redes sociais, promovendo discussões significativas e ampliando o alcance de diversos gêneros e autores.

“Vemos o destaque feminino em nossa editora – 80% dos nossos compradores são mulheres. Nossas maiores difusoras na internet também são mulheres. Isso se fortaleceu muito nos últimos anos, mas com certeza esse público tem gostos próprios, são mais sensíveis”, afirma Junior Rostirola, fundador da Editora Vélos e autor do devocional “Café com Deus pai”, líder de vendas no Brasil com mais de 2,2 milhões de cópias vendidas.

Neste contexto, o Dia das Mães se apresenta como uma oportunidade especial para o mercado editorial. “Aguardamos um grande volume de vendas nesta data e nos preparamos para isso. É uma ocasião para homenagear não apenas as mães, mas todas as mulheres que enriquecem nossas vidas com suas histórias, perspectivas e contribuições”, continua o autor.

“Café com Deus Pai” foi considerado o livro mais vendido no país em 2022, 2023 e 2024, mantendo-se ainda no topo da lista dos mais vendidos em inúmeras plataformas e mais lido do país.

O livro se tornou um fenômeno editorial do mercado brasileiro, inclusive pelas mãos de mulheres que repercutiam diariamente as mensagens dos livros na internet. Somente no TikTok, “Café com Deus pai” foi citado mais de 10 mil vezes, com indicações de trechos dos livros e leitores mostrando a rotina ao abrir o livro de manhã, pegar um café e “ouvir” a palavra do dia.

Segundo números da própria editora, a edição mais recente da obra já vendeu mais de 2,2 milhão de cópias desde seu lançamento, em agosto de 2023. Com isso, a obra ocupa com folga a primeira posição entre os livros mais vendidos no país, segundo ranking da PublishNews, que contabiliza as vendas das principais livrarias e editoras brasileiras. Há também as versões “kids” (para crianças) e “teens” (para adolescentes) da publicação.

Site Oficial: https://store.cafecomdeuspai.com/

Instagram Oficial: @cafecomdeuspai

Sobre o Livro

Através de devocionais diários, o leitor é convidado para um encontro com Deus que, além de ensinar um novo modo de apreciar uma xícara de café, mostrará como a vida também pode ser saboreada.

Sobre o autor:

Junior Rostirola é pastor sênior da Igreja Reviver e lidera uma comunidade cristã socialmente relevante com extensões no Brasil e Haiti. Bacharel em Teologia e pós-graduado em Teologia Bíblica, Junior é autor do best-seller Café com Deus Pai, o livro que ganhou o coração dos leitores e que propõe uma jornada diária fascinante, indicado pela Revista Veja e Publishnews como o livro mais vendido do Brasil no ano de 2023 e 2024.

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Cultura

Quase metade dos estudantes da rede pública de São Paulo sofrem com bullying e outras formas de violência

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APEOESP revela que 48% dos alunos e 19% dos professores foram vítimas de algum tipo de agressão; crianças expressam em vídeo o que acham da violência nas escolas

O caso de violência no ambiente escolar que chocou a opinião pública na segunda quinzena de abril, com a notícia da morte de um estudante de 13 anos da Praia Grande (SP) por agressão de colegas, não é um evento isolado. Relatório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de 2023 revela que 48% dos estudantes e 19% dos professores das escolas públicas do Estado admitiram ter sofrido algum tipo de violência.

O bullying que vitimou o adolescente paulista aparece com frequência como causa de violência virtual e física entre estudantes, conforme última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em 2019. O levantamento revelou que cerca de um em cada dez adolescentes (13,2%) já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos nos 30 dias anteriores à pesquisa. Agressões também ocorrem nas escolas e 23% dos estudantes responderam ter sido vítimas de bullying.

Ainda segundo a PeNSE, que é realizada pelo IBGE, a violência atinge muitos estudantes: um em cada dez adolescentes (10,6%) envolveu-se em lutas físicas e 2,9% admitiram participação em brigas com arma de fogo. Sobre relatos de violência dentro de casa, 21% dos respondentes revelaram que foram agredidos pelo pai, mãe ou responsável alguma vez nos 12 meses anteriores ao estudo.

Criatividade contra a violência

Com a violência sendo uma realidade próxima, uma prática pedagógica relevante é dar aos alunos a oportunidade de demonstrarem seus sentimentos em relação ao tema. Responsável por uma metodologia ativa que incentiva a criatividade e expressividade, Giba Barroso, cofundador e CEO da metodologia De Criança Para Criança (DCPC), acredita que a linguagem que as crianças usam é facilmente entendida por outras.

“Quando as crianças escolhem um tema como a violência, vão usar o repertório delas para tratar de um assunto sério. Nessa construção conjunta, elas começam a entrar em contato com os próprios sentimentos, até para poder expressá-los. Também aprendem a ouvir e respeitar a opinião de outras crianças, o que é a base do entendimento.”

O método consiste em incentivar os alunos a criar uma história com desenhos e narração, para que ela seja transformada pelo DCPC em uma animação. Para isso acontecer, as crianças trabalham habilidades socioemocionais como colaboração, trabalho em equipe, respeito às diferenças e foco em projeto.

Para Vitor Azambuja, cofundador e diretor criativo da metodologia De Criança Para Criança (DCPC), incentivar uma criança a expressar sentimentos, mesmo os mais complexos, como ansiedade e raiva, é uma forma de ajudar no seu desenvolvimento socioemocional. “O ato criativo é uma forma de se apoderar de algo, de se manter vivo. Pessoas criativas não pedem permissão para criar, elas pensam em como enfrentar um problema. Então, discutir o assunto em sala de aula e fazer o aluno pensar em soluções já é uma maneira para enfrentar a violência.”

Vídeos

Alguns dos vídeos feitos por alunos sobre a violência exploram sentimentos como empatia, respeito e solidariedade. Na animação ‘Bullying. E se fosse com você? (https://www.youtube.com/watch?v=2PpEE_Ugl2E)’, alunos do 3º ano do Ensino Fundamental trazem várias situações de constrangimento e uma reflexão sobre os efeitos de quem sofre com as agressões.

No vídeo ‘Amigos – o menino brigão https://www.youtube.com/watch?v=eqT_PTB1iP0’, um menino valentão pensa em mudar suas atitudes ao perceber que não tem amigos. Já a animação ‘As brigas na hora da mãe da rua https://www.youtube.com/watch?v=suPu7-37GMY‘ fala sobre respeito e limites para que a brincadeira Mãe da Rua, uma espécie de pega-pega, possa acontecer.

Usando metodologias que incentivam o trabalho conjunto, é possível direcionar esforços e criar mais situações de empatia, segundo Vitor. “Punir alunos violentos não funciona. Às vezes, quem comete a violência também precisa ser ouvido. É importante entender por que e onde começa a violência e tentar cortar esse ciclo explicando, passando vídeos, lendo matérias e fazendo trabalhos em conjunto.”

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Cultura

Paraibano lança livro em São Paulo

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Ton Feliz, natural de Cajazeiras, na Paraíba, apresenta seu mais recente trabalho literário, fruto de sua pesquisa de mestrado na Mackenzie, em São Paulo. O renomado comunicador e acadêmico lança “Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo”, um livro que busca decifrar um dos movimentos culturais mais significativos da era digital.

Como professor universitário, Feliz oferece uma análise aprofundada sobre a ascensão e o impacto dos Streampunks — criadores de conteúdo que surgiram na plataforma YouTube, alterando o mercado audiovisual e a forma como consumimos mídia. Com uma perspectiva única, ancorada em sua experiência e erudição acadêmica, ele explora o fenômeno dos Streampunks como um marco histórico. O livro conecta temporalidades históricas e vivências sociais atuais, destacando práticas, emoções e ideologias que definem esta geração emergente.

“Minha intenção é desvendar os processos que trouxeram os Streampunks ao proscênio do palco midiático, explorando o entrelaçamento de suas práticas com longas tradições enquanto os insiro dentro do fluxo da história cultural e imediata”, explica Ton Feliz. “Este livro é um método híbrido de narrativa histórica, capturando o fenômeno dos Streampunks não apenas como criadores de conteúdo, mas como verdadeiros agentes sociais contemporâneos.”

A obra oferece reflexões sobre a identidade fluida em uma sociedade interconectada, onde as fronteiras entre o pessoal e o público se tornam cada vez mais tênues. Além disso, “Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo” vai além de ser um mero registro, avançando para a interpretação e análise, contribuindo para a disciplina da História Imediata, que reforça a compreensão das experiências sociais contemporâneas.

“A História Imediata nos permite analisar a contemporaneidade nas mídias e redes sociais, bem como as ações dos novos movimentos sociais das últimas décadas”, declara Ton Feliz. “Meu livro encoraja os leitores a refletirem sobre os antecedentes construtores da contemporaneidade, que são reveladores das novas demandas sociais impulsionadas pela aceleração da comunicação.”

Com seu conhecimento interdisciplinar, que abrange desde a produção de imagens em fotografia e audiovisual até relações internacionais, Feliz está bem preparado para liderar discussões sobre como a comunicação e a educação se entrelaçam para moldar o futuro.

“Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo” é uma leitura essencial para quem deseja compreender os desafios e potenciais do mundo contemporâneo da comunicação e da educação.

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