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Entrevistas

Rodrigo Cáceres: Da imitação de Zacarias à versatilidade artística

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Rodrigo Cáceres, o multifacetado artista que começou sua carreira imitando o icônico Zacarias dos Trapalhões, reflete sobre sua jornada desde os primeiros passos na MTV até se tornar um dos mais renomados imitadores e humoristas do Brasil. Iniciando sua trajetória em 2005 no programa “Covernation”, Cáceres rapidamente ganhou reconhecimento e se tornou uma figura constante em grandes produções televisivas, como “Show do Tom” e “Pânico”. Sua habilidade em transformar a imitação em uma arte reconhecida o levou a participar de mais de 30 programas de TV e a conquistar o público com sua versatilidade.

Além de sua carreira na televisão, Rodrigo tem se destacado na dublagem e locução, áreas que inicialmente adiou para focar na comédia. A pandemia de 2020 foi um marco para seu retorno à dublagem, resultando em papéis notáveis como o pai do Patrick em “O Show do Patrick Estrelas” e participações em séries internacionais como “One Piece” e “Casa de Papel”. Sua experiência internacional, com turnês no Japão e Estados Unidos, também contribui para sua carreira, mostrando a calorosa recepção do público brasileiro no exterior.

Rodrigo Cáceres continua a explorar novas fronteiras artísticas e a se reinventar, agora envolvido em projetos como o programa do João Kleber e o painel de jurados no “Canta Comigo”. Com uma carreira marcada pela diversidade e inovação, ele segue apaixonado pela arte, sempre em busca de novos desafios e oportunidades para encantar seu público.

Rodrigo, você começou sua carreira artística imitando o personagem Zacarias dos Trapalhões. Como foi essa experiência e o que ela significou para você no início da sua carreira?

Eu comecei a imitar desde criança, na verdade. Na escola, eu já imitava os amigos, os professores, e tal. Mas profissionalmente, foi o Zacarias que realmente abriu as portas para mim. Comecei no programa Covernation, na MTV, com Marcos Mion apresentando em 2005. Era um programa de duelo de bandas cover, e os jurados também eram sósias e covers. Eu era um imitador do Zacarias, ainda em processo de aprendizado. Não era uma imitação maravilhosa ainda, mas foi incrível porque, a partir dali, a televisão, que naquela época era muito forte, começou a notar que tinha o Zacarias na TV. Isso fez com que outros programas começassem a me chamar, como Show do Tom, Pânico, Faustão, Comedy Central, Domingo Legal, Ana Hickmann. Trabalhei em vários programas de TV, participando frequentemente.

Quando o Covernation acabou, fiz mais dois programas na MTV, incluindo Quinta Categoria, com Casé, Peçanha e Marcos Mion apresentando. Eu era parte do elenco de apoio, ao lado de pessoas como Gui Santana, Dani Calabresa, Madame M, entre outros. Foi uma fase bem legal. Depois, participei de vários VMBs também na MTV. Foi uma experiência incrível para mim, especialmente porque eu era muito jovem e já conhecia tanta gente da música e da televisão, principalmente na época do auge da MTV. Participar de programas com pessoas que eu era fã foi muito gratificante. Começar imitando o Zacarias, um dos meus humoristas preferidos, e ver como essa imitação me trouxe até aqui é algo que me deixa muito feliz.

Você é um artista extremamente versátil, atuando como ator, humorista, locutor, imitador e músico. Como você administra e equilibra todas essas facetas da sua carreira?

Na verdade, essa versatilidade surgiu conforme eu fui descobrindo meus talentos. Nunca tive a intenção de ser comediante. Quando minha mãe me perguntava o que eu queria ser, eu respondia que queria ser artista. A vontade de ser artista surgiu por conta da dublagem. Quando era pequeno, assistia a desenhos e ficava fascinado pelas vozes. Depois de descobrir como aquilo era feito, decidi que queria fazer o mesmo. Então, comecei a estudar teatro e acabei fazendo seis anos de teatro no Macunaíma. Depois disso, estudei em outras escolas e fiz cursos de dublagem.

No entanto, o trabalho com o Zacarias começou a dar certo, e eu precisei adiar o sonho da dublagem. Só voltei a me dedicar à dublagem em 2020 e contínuo até hoje. Faço a administração das minhas atividades conforme a época e o que está em alta. Quando a comédia começou a dar mais certo, foquei mais nisso e deixei a dublagem um pouco de lado. Durante a pandemia, voltei a me envolver com a dublagem, me empenhei mais, e comecei a enviar mais material para os estúdios. Também sou locutor e tenho um mini estúdio para isso. Além disso, sou ator e participo de filmes e séries. Recentemente, participei da série Desejos SA que está na Starz, do filme 2 Coelhos, e do filme internacional Nine Days.

Administrar todas essas atividades não é fácil e é cansativo, mas por enquanto estou dando conta. A versatilidade é muito importante para o artista, pois permite explorar diversos estilos e trabalhar mais. Brinco que a única coisa que ainda não fiz na arte é novela. Já fiz de tudo: filme, dublagem, locução, televisão, teatro. Quem sabe um dia eu faça uma pontinha em uma novela? Seria legal!

Você é considerado um dos mais importantes imitadores do Brasil, com um repertório de mais de 100 vozes. Quais são os desafios e as recompensas de ser um imitador?

A primeira imitação é sempre muito legal, especialmente quando você está em uma roda de amigos e o pessoal pede para você imitar alguém. É divertido e gratificante. A verdadeira recompensa da imitação é quando você consegue capturar a voz e os trejeitos de forma precisa, e a pessoa identificada gosta e aprova a sua imitação. Isso é o que realmente valida o seu trabalho.

Para mim, o desafio maior é, por exemplo, pegar as características de alguém como o Faustão, que demorou quase dois anos para eu acertar os trejeitos e evitar comparações com outras imitações, como a do Pedro Manso. Eu nunca começo a imitar alguém a partir de outro imitador; meu foco está sempre no artista original. Isso me permite capturar características que outros imitadores podem não ter notado. É a minha visão e a minha versão da imitação.

Na televisão e no rádio, o desafio é dosar a imitação para que não se torne algo pejorativo. O objetivo é fazer uma homenagem, e, em situações mais informais, como em teatro ou shows fechados, você pode ser um pouco mais ousado. Receber elogios de pessoas que você imita é uma grande honra. Por exemplo, quando imitei Netinho de Paula no programa Máquina da Fama, ele tuitou dizendo que eu era o melhor imitador dele, o que foi uma grande honra para mim. O Selton Mello, quando foi entrevistado no The Danilo Gentili, elogiou muito a minha imitação dele após assistir a alguns vídeos, e eu fiquei muito feliz com isso. O Milton Cunha também repostou um vídeo meu imitando-o, o que foi ótimo.

Se você faz uma imitação de forma respeitosa e divertida, a recompensa é muito maior. É incrível ver os artistas em situações que você normalmente não os veria. Isso torna o trabalho ainda mais gratificante.

Você já realizou turnês no Japão e nos Estados Unidos. Como foi a recepção do público internacional e quais foram as principais diferenças que você encontrou em comparação ao público brasileiro?

Fazer shows internacionais é realmente incrível, tanto para a carreira quanto para o currículo. Minha primeira experiência foi em 2013, quando fui ao Japão. Ficamos 30 dias e fizemos mais de 25 shows lá, para brasileiros, claro, mas também havia muitos brasileiros casados com japoneses e outros que moravam lá. A recepção foi muito calorosa, semelhante ao Brasil, mas com uma diferença: o povo que vive no Japão há muito tempo trabalha muito e é bastante carente dessas manifestações culturais. Então, eles nos trataram como celebridades, oferecendo presentes, abraços e muito carinho. É um povo brasileiro que está no Japão há um tempo, e apesar de manter a sua brasilidade, absorve muito da cultura japonesa, que é conhecida pela sua educação e cortesia excepcionais.

Foi uma experiência muito gratificante, e, depois, fizeram uma enquete lá para saber quem eles gostariam que voltasse ao Japão para fazer shows. Eu fui um dos escolhidos e retornei em 2017 para uma nova série de apresentações, desta vez por 12 dias.

Nos Estados Unidos, fizemos um show em Nova Iorque durante uma passagem pelo Japão. Fiquei alguns dias lá e o show foi bastante positivo. Até agora, fizemos apenas shows para brasileiros, e a recepção sempre é muito calorosa. O Japão é um país maravilhoso e Nova Iorque é sempre um lugar especial para mim, pois já conheço bem a cidade.

É sempre um prazer estar em outro país fazendo shows, e é ótimo para o currículo. Em breve, talvez tenhamos uma turnê nos Estados Unidos, e eu ficaria feliz em compartilhar mais detalhes com vocês se isso acontecer.

Você participou de mais de 30 programas de TV ao longo da sua carreira. Qual foi a sua participação mais memorável e por quê?

Já participei de mais de 30 programas de televisão, quase todos que você possa imaginar. As exceções são o “Jô Soares” e o “Hebe Camargo”, que eu quase participei, mas fora isso, fiz quase todos os outros. Conheço muita gente da televisão, incluindo produtores que começaram como estagiários e hoje são diretores. É um ambiente em que todos me respeitam muito e eu respeito igualmente.

É difícil apontar um momento específico que tenha sido o mais memorável, pois foram muitos. No entanto, uma experiência marcante foi quando eu fui apresentar o “Quem Chega Lá” no Faustão em 2010. Eu me apresentei quatro domingos seguidos, numa época em que a audiência era altíssima. Essa oportunidade mudou muito a minha carreira e minha vida financeira. Até hoje, lembro desse momento com muito carinho, pois foi um divisor de águas para mim.

Outro momento especial foi trabalhar no “Show do Tom” com um ídolo meu, um artista que admiro muito no meu segmento. Isso foi extremamente gratificante e prazeroso.

Você foi integrante fixo do programa “Encrenca” na Rede TV. Como foi a experiência de trabalhar nesse programa e quais foram os momentos mais marcantes para você?

Trabalhar no “Encrenca” foi uma experiência muito legal, mas foi uma fase um pouco diferente. O programa já havia passado por várias reformulações, e na época em que eu participei, começamos a trazer novas ideias. Decidimos fazer algo diferente dos reacts de vídeo, como o “Pânico” fazia, e criamos quadros como o “Porta de Festa” e outras inovações. A fase que vivemos foi muito boa, mas o programa acabou não durando muito tempo devido a questões internas, desgaste do nome e problemas de equipe.

No “Encrenca”, eu pude fazer muitos personagens novos, como o “Dia do Vigor”, e imitar o Datena e o Faustão, que geravam bastante audiência. Foi um período muito enriquecedor para mim, e a experiência foi valiosa.

Agora, estou envolvido em um novo projeto, que é um programa do João Kleber. Estamos gravando alguns quadros e fazendo um piloto no ar. O programa estreia em agosto e promete ser uma mistura de “Pânico”, “TV Pirata” e “Perdidos da Noite”. Estou animado com o formato diferenciado e grato por ter sido chamado para participar, especialmente porque acho que meu trabalho no “Encrenca” e as boas relações que mantive contribuíram para isso.

Amo a televisão, apesar de alguns acharem que está em declínio. A TV ainda tem seu poder e é muito gratificante estar na frente das câmeras, interpretar personagens e fazer o público rir. Além disso, trabalho com redes sociais, cinema, locução e dublagem, mas a televisão ainda ocupa um lugar especial para mim.

Como é participar do painel de 100 jurados do reality musical “Canta Comigo” e “Canta Comigo Teen” na Record TV?

O programa “Canta Comigo” foi uma grande surpresa na minha vida. Uma produtora amiga me chamou para participar, e eu entrei no programa quando o Rodrigo Faro assumiu, após o Gugu falecer. Fiquei desde a primeira temporada com o Faro.

O “Canta Comigo” é um programa ligado à música, com um painel formado por cantores, produtores musicais, fonoaudiólogos e professores de canto. Embora muitos não saibam, eu também tenho uma forte ligação com a música. Sou músico, baterista e cantor, e toquei bateria por mais de 10 anos. Minha experiência com a voz, dublagem e imitação trouxe um toque humorístico ao programa.

O mais legal do programa é a convivência e as amizades que fazemos. O clima nos bastidores é muito gostoso e único, com uma mistura de artistas e personalidades diferentes. É gratificante conhecer e fazer amizade com pessoas como o Caju e Castanha, o Canisso do Raimundos, que infelizmente faleceu, e muitos outros. As gravações são cansativas, mas a experiência de ver tantos talentos e aprender diariamente é maravilhosa. É uma honra estar no programa há tantas temporadas.

Você tem se destacado na dublagem de diversos projetos importantes. Como foi a transição para essa área e qual foi o personagem mais desafiador que você dublou até agora?

Estou conquistando meu espaço na dublagem devagarinho. A dublagem é um meio mais difícil de entrar e de se manter, porque exige ser ator primeiramente. Como mencionei anteriormente, comecei a me interessar por ser artista por causa da dublagem, mas acabei adiando esse sonho.

Durante a pandemia de 2020, com o trabalho reduzido, decidi focar novamente na dublagem. Fiz um curso online para reciclar meus conhecimentos e comecei a enviar meu material para estúdios. Isso resultou em alguns testes, e no segundo teste, o Wendel Bezerra, dublador do Bob Esponja e dono da Uniband, me disse que acreditava na minha versatilidade para o personagem.

No estúdio, não sabemos o que vamos dublar, tudo é muito sigiloso. Deixamos nossos celulares fora e assinamos termos de confidencialidade. Quando vi o material para o teste, era uma série do Patrick, chamada “O Show do Patrick Estrelas”, onde eu faria o pai do Patrick. A imitação me ajudou porque a dublagem exige que você reproduza a interpretação do ator original em outra língua. A facilidade que tenho com imitações ajudou a capturar a essência da voz do personagem.

Fui escolhido para o papel e isso abriu portas para outros projetos. Atualmente, estou dublando em “One Piece”, uma série muito conhecida mundialmente, e já participei de projetos como “Casa de Papel” e “Futurama”. Embora ainda não seja um dublador amplamente conhecido, estou fazendo trabalhos significativos e tenho o sonho de dublar personagens importantes em grandes produções.

O maior desafio para mim tem sido dublar personagens humanos, mas com prática e experiência, estou melhorando. Estou no caminho para me tornar um grande dublador, e continuo trabalhando para alcançar esse objetivo.

Quem foram as suas maiores inspirações no mundo da comédia e da imitação, e como elas influenciaram o seu trabalho?

Falar sobre influências na comédia e na imitação é complicado porque eu admiro muita coisa. Nos Estados Unidos, sempre gostei de Jim Carrey, Robin Williams, Eddie Murphy, Adam Sandler, Chris Tucker, Chris Rock e Dave Chappelle. Esses comediantes das antigas, e um pouco do pessoal mais atual, são grandes influências para mim. Eddie Murphy, Jim Carrey e Robin Williams faziam imitações incríveis em seus shows, e eu sempre adorei isso; é muito a minha praia.

No Brasil, minhas referências incluem Tom Cavalcante, os humoristas dos Trapalhões, Ronald Golias, que considero um dos melhores do mundo, e Chico Anysio, que é um mestre dos mestres. Também aprendi muito com programas como “Café com Bobagem” e ouvi muita rádio, onde acompanhei Tatá Werneck, Sérgio Mallandro e Jô Soares.

Além disso, conheci e acompanhei o trabalho de muitos comediantes da nova geração, como o Carioca e outros que ganharam destaque com o programa “Pânico”. Na stand-up comedy, comecei junto com nomes como Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marcela Leal e outros. Comecei a me destacar um pouco depois, em 2006, 2007, e conheci e aprendi muito com esse pessoal. Então, minhas referências são bem diversificadas e abrangem várias gerações e estilos de comédia.

Você fez diversos cursos para se especializar em diferentes áreas. Qual foi o curso ou experiência educacional que mais impactou a sua carreira?

Eu estudei bastante, porque às vezes as pessoas acham que na arte não é necessário estudar, mas é totalmente o oposto. Quando eu disse para minha mãe que queria ser artista, ela falou: “Então vamos estudar.” Então eu comecei a fazer cursos. Primeiro, fiz um curso de bateria para entender tempo e ritmo. Depois estudei canto, fiz um curso de oratória e me formei em rádio e TV. Também fiz técnico em publicidade e propaganda, o que me deu uma boa noção de criação e roteiro.

Além disso, fiz curso de dublagem e estudei teatro por muitos anos. Todos esses cursos foram importantes e continuam sendo úteis na minha vida profissional. Trabalhei na empresa da minha tia por 11 anos, em diversas áreas como comercial, financeiro e jurídico, o que me deu experiência em administração e planejamento. Esse background me ajudou a saber como vender minha imagem e gerenciar minha carreira.

O diferencial do meu trabalho é a versatilidade do meu show, que inclui mais de 60 imitações, dublagem ao vivo, stand-up comedy e música. É um show completo que ninguém faz hoje em dia com tanta variedade. Isso me traz reconhecimento e é gratificante ser apreciado pela versatilidade.

Entre todos os cursos que fiz, o que mais me impactou foi o teatro. O teatro foi a base de tudo para mim, porque me ajudou a superar a timidez, a ser mais criativo e aberto, tanto na parte corporal quanto intelectual. Ele me preparou para atuar em qualquer área, enfrentar plateias e dublar com confiança. Então, o teatro é, sem dúvida, o curso que mais me impacta até hoje.

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Entrevistas

Alan Kardec Marques auxilia no redescobrimento do amor e o perdão além da vida através de novo livro

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Descubra o poder da redenção e a beleza do autoconhecimento além da vida material em “Provações em duas vidas”, o mais recente lançamento do médium e pai de terreiro Alan Kardec Marques. Parte do ambicioso projeto “Entre Mundos”, este livro psicografado narra a história de Paulo Tobias, um espírito desencarnado, que nos leva em uma jornada emocionante através das dimensões da existência.

Após um período de coma que o afasta do mundo material, Paulo encontra-se isolado e desorientado, confrontando a angústia de não entender sua presença em um espaço desconhecido. Em meio a reflexões profundas sobre suas ações passadas, relacionamentos e o verdadeiro significado do amor e do perdão, ele se depara com a possibilidade de escolha: ficar no plano espiritual que agora conhece como lar ou retornar à Terra para completar seu ciclo de reencarnação.

Esta obra é não apenas uma história de fé e esperança, mas também um testemunho do compromisso de Alan Kardec Marques em compartilhar as mensagens e lições de espíritos desencarnados. Sua própria trajetória, marcada por um acidente que o colocou em coma, transformou radicalmente sua vida, guiando-o do mundo corporativo à dedicação integral à espiritualidade e ao ensino da mediunidade através da umbanda.

“Provações em duas vidas” promete tocar corações e almas, incentivando os leitores a refletir sobre as provações da vida, a importância do perdão e o impacto transformador do amor.

Como surgiu a ideia do projeto “Entre Mundos” e o que o motivou a divulgar publicações inéditas de espíritos desencarnados?

Ao assumir como dirigente espiritual do sagrado espaço Terreiro de Umbanda Recanto de São Jorge, recebi o convite dos irmãos espirituais para uma parceria autoral e para desenvolver o projeto inovador chamado “Entre Mundos”, divulgando obras inéditas de Autores Espirituais. Chamamos o projeto de “Entre Mundos”, pois o intuito é compartilhar as experiências encarnatórias dos autores e de terceiros, ampliando os laços de afinidade entre os encarnados e desencarnados por meio da Umbanda.

O que me motivou a aceitar o desafio foi a possibilidade em concretizar o ‘acender das luzes da consciência’. Sei que os resultados são individuais e dependem de muitos fatores, pois tudo que envolve transformação interior requer aceitação, esforço e ação.

Pode nos contar mais sobre o processo de psicografia e como foi o contato com o espírito de Paulo Tobias para psicografar o livro “Provações em duas vidas”?

Acredito que o processo de psicografia para cada médium psicógrafo se dá de forma singular. O meu processo começou no ano de 2016 com o mentor espiritual Marcos Alcântara. Este irmão é o responsável no plano espiritual por incontáveis pontos de desenvolvimento da escrita pelo Universo. Após me preparar para a escrita, ele ditou a minha primeira obra psicografada, “Romance às Cegas”, publicada no ano de 2022.

Quanto ao primeiro contato com o irmão espiritual Paulo Tobias, antes mesmo de findar o livro “Romance às Cegas”, ele se manifestou como o autor da segunda obra a ser psicografada. Disse-me apenas o título provisório e que aguardava o momento de iniciarmos a escrita. É recorrente a presença do autor espiritual da obra seguinte quando estou finalizando uma psicografia.

O enredo de “Provações em duas vidas” aborda temas profundos como encarnações, perdão e amor. Como você vê a importância desses temas na vida espiritual e cotidiana das pessoas?

Todo processo reencarnatório tem os seus fundamentos a serem cumpridos. Os irmãos espirituais que fazem o acompanhamento de nossas provações têm como objetivo ajudar sem intervir no processo. Então, é necessário compreender que, a cada oportunidade cedida em uma encarnação, reverberará nas bençãos alcançadas. Com a resignação no plantio dos frutos que colheremos no passar do tempo, sejam eles as dores e/ou alegrias aceitas com amor e perdão. Destaco que a oportunidade de vivenciar uma nova encarnação de forma sublime é para reparar as falhas do passado.

Alan Kardec Marques

Alan Kardec Marques

O protagonista do livro, Paulo Tobias, enfrenta uma jornada de autoconhecimento após passar pelo coma. Na sua opinião, qual a importância do autoconhecimento na evolução espiritual?

Considero o livro “Provações em duas vidas” uma poderosa ferramenta de ajuda e transformação. O irmão Paulo Tobias traz ensinamentos valiosos e inspiradores para todos que buscam um maior entendimento espiritual. Com uma linguagem acessível e cativante, cada página nos leva a uma jornada de autoconhecimento e evolução.

Ressalto a importância do autoconhecimento como uma jornada individual, a necessidade de aceitação, esforço e ação consistentes. Além disso, a evolução pessoal através da aceitação das mudanças e da sabedoria existentes em cada um, reflete sobre a imperfeição e a submissão aos detalhes impostos. Convido o leitor a refletir sobre sua própria encarnação e como está conduzindo sua vida atualmente.

Você mencionou que sua jornada com a mediunidade começou após um acidente que o deixou em coma. Como essa experiência influenciou sua decisão de se dedicar ao desenvolvimento espiritual e iniciar o projeto “Entre Mundos”?

A minha trajetória mediúnica teve início na infância. Como tenho a mediunidade aflorada para a incorporação desde os meus 6 anos, os espíritos já se manifestavam. Com 8, foi necessário fechar a minha mediunidade temporariamente. Na adolescência, as incorporações tornaram-se corriqueiras, sem a necessidade de desenvolvimento em um Terreiro. Aos 18 anos, comecei a trabalhar como cambone em um Centro Espírita que meus pais frequentavam em Goiânia.

Seguindo o curso da vida, com 23 anos, um acidente de moto me levou ao coma e logo em seguida, recuperado do acidente, casei-me e afastei-me dos trabalhos mediúnicos, passando a frequentar a casa de oração esporadicamente.

Após um casamento de 15 anos, ainda sem dedicar à espiritualidade, as intempéries da vida trouxeram-me a viuvez, logo passei a dedicar o meu tempo à espiritualidade com mais assiduidade. Por fim, vivenciando o meu segundo casamento, em 2017, encontrei o meu caminho quando fui orientado pelos mentores espirituais e assumi como Pai de Terreiro o Recanto de São Jorge.

Como é conciliar sua trajetória como pai de terreiro e médium com sua vida anterior como analista financeiro?

Há mais de 7 anos fui orientado pela espiritualidade a morar na chácara para facilitar o atendimento presencial e a escrita. Por isso, deixei a profissão de analista financeiro. Atualmente, dedico o meu tempo ao Terreiro e à Psicografia.

Para além das atividades acima citadas, fazemos live no YouTube quinzenalmente, uma parceria com o Canal @gutoconversa. Trata-se de um atendimento ao vivo, onde eu incorporo e os guias espirituais respondem as perguntas dos participantes.

Além de “Provações em duas vidas”, você também publicou os livros “Romance às Cegas” e outros. Quais são seus planos futuros para o projeto “Entre Mundos” e suas próximas publicações?

Tenho 5 obras psicografadas e estou trabalhando na sexta. “Romance às Cegas” e “Provações em Duas Vidas” já foram publicadas. Quanto à terceira, será publicada ainda este ano. As obras são publicadas de acordo com a condição financeira, uma vez que o Terreiro não gera renda, pois os atendimentos mediúnicos realizados são gratuitos. Sinalizo que temos planos futuros para a publicação de dois livros ao ano, contudo, a arrecadação da venda dos livros é que proporcionará o andamento das publicações.

Como são publicações independentes, criamos uma Editora virtual, a Arco e Flecha Editora, com o objetivo de facilitar o acesso dos leitores aos livros pelo site www.alankardecmarques.com.br. Além disso, os livros estão na plataforma da Amazon e Clube de Autores.

Qual mensagem ou ensinamento você espera transmitir aos leitores por meio das obras psicografadas e do projeto “Entre Mundos”?

Alan Kardec Marques: Como sou guiado por autores espirituais comprometidos com o projeto “Entre Mundos”, compartilhando mensagens de amor, sabedoria e esperança, acredito que estou colaborando com o Universo. O projeto “Entre Mundos” tem a finalidade de facilitar a troca e saberes entre os diferentes planos da existência. Os autores espirituais têm muito a compartilhar, e eu estou aqui para ser o elo entre o mundo espiritual e o mundo material.

Então, espero um infinito número de leitores juntando-se a nós nessa jornada de descobertas, mergulhando nas páginas dos nossos livros e permitindo serem tocados pela magia das palavras. O projeto está pronto para guiar a todos entre mundos e revelar os segredos ocultos nas entrelinhas da existência.

A psicografia na Umbanda é uma leitura indispensável para todos os espiritualistas, umbandistas e simpatizantes da umbanda e do espiritismo, onde a luz dos conhecimentos espirituais ilumina as mentes e os corações de todos aqueles que buscam a evolução espiritual.

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Beatriz Ribeiro aborda trajetória em busca do amor-próprio através de novo livro

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Em “Sua maior riqueza é você”, Beatriz Ribeiro convida os leitores a uma jornada de autoconhecimento e amor-próprio. Neste livro autorreflexivo, ela aborda temas como dor, felicidade, liberdade e fé, explorando a complexidade da experiência humana. Ao desafiar os leitores a reconhecerem sua própria essência como a maior riqueza, a autora oferece insights poderosos sobre como encontrar felicidade e propósito, mesmo diante dos desafios da vida. Este livro é um lembrete inspirador de que cada um é capaz de reescrever sua história e transformar obstáculos em oportunidades de crescimento e superação.

Como surgiu a inspiração para escrever “Sua maior riqueza é você” e qual é a mensagem central que deseja transmitir aos leitores?

No final de 2021, exatamente na virada do novo ano, senti um desejo muito forte de escrever o livro. Vinha de um processo de tratamento de câncer com minha mãe desde maio e senti esse desejo. Lembro de ter planejado o tempo e a quantidade de páginas que iria escrever por dia.

A mensagem central que desejei transmitir aos leitores foi a importância de reconhecer a nossa existência e nosso próprio amor como sendo a maior riqueza que podemos ter em nossas vidas. Em um mundo tão materialista precisamos perceber o nosso ser como a coisa mais valiosa que podemos ter.

Você poderia compartilhar algumas experiências pessoais ou insights que a levaram a explorar o tema do amor-próprio e autoaperfeiçoamento?

Durante o tratamento de câncer da minha mãe consegui visualizar mais de perto como nosso amor-próprio é necessário para nossas conquistas. Passei por um problema de saúde também aos 23 anos de idade, quando minha primeira filha nasceu. Tive que fazer uma cirurgia de urgência e deixei ela com apenas 20 dias de vida. Foi uma cirurgia um pouco complicada e fiquei no hospital alguns dias. Quando saí, agradeci a Deus pelo dom da minha vida e pela oportunidade de poder voltar para criar a minha filha.

A partir desse momento passei a ver a vida com outros olhos e me tornei ainda mais pacífica e acolhedora com todos. Acabei sendo mais permissiva para sempre buscar a paz e a harmonia. Não entendia que se amar é também impor limites e não aceitar desrespeito. Saber dizer não é respeitar os seus valores. Mas foi ao me deparar em um relacionamento com um narcisista perverso, que tentou de todas as formas destruir minha real essência, que consegui me olhar no meu próprio espelho e desabrochar o maior amor por minha própria vida.

No livro, você fala sobre a importância de abandonar o passado e focar no presente. Como os leitores podem aplicar esse princípio em suas vidas diárias?

Acredito que o passado serve para nos fazer evoluir. Verdadeiramente entendo que os fatos que vão nos acontecendo, de certa forma, moldam e proporcionam o nosso crescimento. E, quando conseguimos ter autoconhecimento, é que vamos tendo consciência das nossas ações e das nossas atitudes. Percebemos que as pessoas acabam nos oferecendo aquilo que achamos que merecemos ou que não sabemos que não merecemos.

Quando o leitor perceber que o passado, com suas coisas boas ou ruins, apenas foi necessário para a evolução dele automaticamente ele vai se desapegando para viver o novo que a vida tem a oferecer. Por isso, o presente é exatamente o que você tem hoje e é o tempo certo, para obter conhecimento para se buscar a felicidade de forma consciente.

Uma das facetas exploradas em sua obra é a busca por um propósito. Como você orienta os leitores a descobrirem seu propósito de vida?

Descobri o meu propósito, quando percebi que as coisas que me aconteciam, no final, iam me direcionando para o que fazia sentido para minha vida. Descobrir e saber reconhecer nossos dons e talentos vai nos direcionando para nossa missão de vida. Tudo que nos faz pleno e realizado, sinaliza nosso propósito de vida. Saber qual o legado queremos deixar para nossa família e para o Universo fortalece a nossa consciência de que somos seres ricos pela nossa essência e existência. Acredito que escrever um propósito ajuda a torná-lo mais claro.

Lidar com obstáculos e desafios é uma parte inevitável da vida. Como você incentiva os leitores a transformarem esses obstáculos em oportunidades de crescimento e superação?

Todos os obstáculos são meios para nos elevar para um patamar mais alto da nossa existência. Precisamos ir passando de fases na vida e elas só serão possíveis de serem superadas se tivermos o foco de viver aprendendo a crescer. Esse crescimento dói e, muitas vezes, é evitado para que fiquemos na nossa zona de conforto.

Mas, aconselho as pessoas a resistirem à dor. Ela faz parte do processo que precisa ser superada. Vencer os próprios medos e fazer também aquilo que não lhe deixa tão confortável é necessário para que sua mente aprenda a se desafiar. Comece com pequenos desafios e, pouco a pouco, seu poder de superá-los lhe dará a coragem de se arriscar em metas maiores. E esse fluxo de superação vai lhe deixando cada vez mais vencedor de si mesmo.

Beatriz Ribeiro

Beatriz Ribeiro

Você destaca a importância de abandonar o piloto automático e despertar para os pequenos milagres diários. Como os leitores podem cultivar essa consciência e gratidão em suas vidas?

O pensamento positivo é algo que podemos construir em nossas vidas. Olhar as circunstâncias como oportunidades de aprendizado favorece nossa gratidão. Conseguir visualizar as riquezas diárias de nossas conquistas é um dom que podemos aprimorar. O poder da gratidão é imenso para nos proporcionar felicidade. Estar consciente dessa verdade é um trabalho diário de direcionar nossa mente para esse reconhecimento dos fatos em nossas vidas. A mente precisa desse direcionamento todos os dias para que aos poucos essa consciência se torne um hábito de vida. Ficar bem cristalizado até ser natural valorizar a nossa existência e o que nos cerca.

No livro, você menciona a ideia de que cada pessoa é responsável por sua própria felicidade. Como os leitores podem começar a cultivar um relacionamento mais positivo consigo mesmos?

Quando conhecemos o poder do nosso próprio amor, percebemos que a felicidade já começa em nós mesmos. Seja grato por quem você é, pelas suas conquistas e aprendizado. Reconheça seus dons e talentos. Todos nós temos aptidões e somos bons em algumas áreas da vida. Saber reconhecê-las irá ajudar na materialização do seu próprio amor. Ter compaixão pelos seus erros e fracassos irá facilitar a evolução para um nível mais alto de felicidade. Só quem consegue viver a liberdade de se permitir aprender, tem o prazer de ser feliz na construção de um novo eu que pode ser ainda melhor amanhã.

Ao longo de sua jornada de escrita, houve alguma lição ou insight que você descobriu e que gostaria de destacar aos leitores?

Durante a minha jornada de escrita fui percebendo que Deus ia me conduzindo por um caminho de autoconhecimento e de percepção da minha própria história de vida. Foi sem entender escrevendo cada capítulo no sentimento natural que ia me conduzindo ao capítulo seguinte. Ao finalizar a escrita percebi que Deus com seus mistérios fez o milagre da cura que tanto desejava. Percebi que, ao finalizar a obra, me sentia completamente diferente e transformada. Sentia algo natural e o que parecia tão difícil para mim antes foi se tornando tão fácil e claro. É como o véu que se rompe e passamos a ver tudo tão claro e transparente. Entendi que Deus tem um tempo perfeito para todas as coisas em nossas vidas. Precisamos confiar e ter paciência com nosso processo de cura.

Como você enxerga o papel da autoaceitação e autocompaixão no processo de desenvolvimento pessoal e crescimento emocional?

A autoaceitação e autocompaixão são fundamentais para nosso crescimento e nosso processo de cura. O crescimento emocional vai acontecendo quando aceitamos os fatos e as circunstâncias vividas, tendo autocompaixão pelo que vivemos e como agimos. A nossa consciência de que fizemos o nosso melhor pelo nosso conhecimento do momento é muito importante, para entendermos que a evolução de cada um é um processo individual que precisa ser respeitado.

Por fim, qual mensagem você gostaria que os leitores levassem consigo após ler “Sua maior riqueza é você”?

Meu maior desejo após a leitura do livro “Sua maior riqueza é você” é que cada leitor consiga realmente sentir a força do seu próprio amor. Que cada um consiga enxergar a importância da sua existência como algo divino. E como um milagre que precisa ser amado e valorizado que o leitor fique mais consciente da sua própria capacidade de, com Deus, vencer os desafios mais difíceis da sua vida com um coração grato. Saber que vencer é o caminho que Deus já preparou para cada um de nós, e reconhecer esse amor divino em nós será a chave para entender que esse seu amor-próprio sempre esteve dentro de você. Espera apenas o seu sim! O sim de quem sabe e aprende a se amar.

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